segunda-feira, 28 de setembro de 2009

álbum de estréia do Telepathe traz influências de hip hop, rock e TV on The Radio


"Dance Mother" é o nome do álbum de estréia do Telepathe, duo americano composto por Melissa Livaudais e Busy Gangnes, ambas do Brooklyn nova-iorquino. Som experimental, com influências do rock e do hip hop, traz batidas bem intimista, tem produção de David Stike, do TV on the Radio.

As letras tem temoas fortes como o amor, morte e o "everyday life", outras como  "Trilogy - Breath of Life", "Crimes and Killings", "Threads and Knives", que citam a fragilidade do ser humano com seu próprio "ser" e a força "divina", diz o cantor da banda: "Find someone as a god, no, Find someone as a god, nooo".
Três clipes já se originaram de "Dance Mother":"So Fine" (o primeiro), seguido por "Devil's Trident" e então "Chrome's On It". O duo já rodou EUA e muitos países da Europa, está de volta ao país de onde veio, mas com shows marcados em Hong Kong, Austrália e Cingapura.
O nome do projeto é sobre um tal "Pet Communicator", aparelho que permitiria aos donos se comunicar "mentalmente" ou "telepaticamente" com seus animais, daí o Telepathe, pronunciado "Telepathy", segundo uma entrevista à "Vogue" América. Saiba mais delas e ouça as faixas no myspace.com/telepathe.
Telepathe - Dance Mother

Produção de Dave Sitek leva dupla de NY a fórmula orgânica, rica e espiritual
Muito da estréia da dupla americana Telepathe tem a ver com a do Micachu. Não sonoramente, claro, mas na capacidade alquimista de buscar vários estilos para alcançar uma identidade - além do fato de ambos os projetos possuírem um grande e importante nome por trás da produção. Nesse caso, Dave Sitek do TV on the Radio, que aos poucos se torna um dos maiores produtores do momento com Yeah Yeah Yeahs,  Foals e sua própria banda no seu catálogo.

Melissa Livaudais e Busy Gangnes eram ainda um casal quando decidiram formar o Telepathe. Com seus inúmeros EPs e singles caseiros, as garotas ganharam o hype de importantes bandas entre seus seguidores. Hipnóticas e criativas, elas são o mais novo fruto experimental do Brooklyn, com muito em comum com as últimas importantes novidades locais. Numa visão grosseira, a psicodelia do Yeaseyer, a experimentação do Gang Gang Dance e a percurssão do TV On The Radio entre densos sintetizadores vintages. Isso para focar em Nova York, porque é constante a idéia 
Animal Collective de elementos hip hop e spoken words nas músicas.

Da época em que eram uma banda de laptop e suas baterias eletrônicas e retas remetiam aos robóticos Kraftwerk, muito mudou no Telepathe. A impecável produção de Sitek colocou a dupla numa prateleira quase acessível e definitivamente muito mais orgânica - mas sem a estupidez de retirar os elementos que fazem do Telepathe uma banda única. E é essa a sensação final após os mais de quarenta minutos da estréia espalhados entre nove músicas: após tanto experimentar, essas garotas finalmente se tornam uma banda inteiramente aproveitável - até nos seus momentos mais inacessíveis.



DANCE MOTHERFUCKER
"So Fine" abre com um coral fantasmagórico, sintetizadores escuros e batidas oitentistas, mas vai além do revival synth-pop - é o amadurecimento da fórmula. Bumbos graves e caixas rápidas, sintetizadores épicos e a dupla falando por cima de uma forma que mistura spoken word com um rap sutíl. E ao contrário do esperado, "Devil's Trident" é uma música dançante, que continua crescendo até a fala virar canto shoegazer.

O envolvente single "Chrome's on It" mantém o ar hipnótico da bateria eletrônica e da repetição vocal da original, porém todo esse estilo 
Animal Collectivano esbarra numa produção límpida e clara, dando força a estrutura, não em apetrechos. Enquanto a produção de Dave Sitek reforça as faixas conhecidas, ela também inspira músicas novas. "In Your Line" se estivesse no último álbum do TV On The Radio seria destaque absoluto. Uma forte sequência de batidas, repleto de pads climáticos e o backing vocal dos próprios membros do TVOTR. Vale o álbum inteiro.

"Lights Go Down" é uma mistura eletrônica com influência asiática com a característica batida pesada da dupla. Definitivamente não é um single, mas longe de ser 
filler. "Can't Stand It" era, dentre todas as demos, a mais harmônica de todas as faixas do Telepathe. Sua versão final se preenche de toques místicos e bateria cadente. São sete minutos de uma música com potência de ser aquela que você faz questão de apresentar para os amigos.

Mesmo com a sequência "Michael", "Trilogy: Breath of Life, Crimes and Killings, Threads and Knives" e "Drugged", que é forte o bastante para encher qualquer álbum de qualidade, ainda rola um amargor vindo de "Can't Stand It". 
Dance Mother, no final das contas, se resume nessa situação. A sensação de que muito foi experimentado, e a jornada foi incrível de fato, mas muitas você consegue nomear fácil seus pontos favoritos e eles são muito superiores ao resto.


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