sexta-feira, 11 de julho de 2008

Casarão José Rufino de Almeida

CASARÃO JOSÉ RUFINO DE ALMEIDA
O “Casarão José Rufino de Almeida”, fica na Praça Pedro Americo, 76, centro de Areia, foi fundado pelo ilustre “Marinheiro Francisco Jorge Torres”.Um português com alcunha de “marinheiro Jorge”. Chegou ao Brasil no inicio do século XIX. Era marceneiro em sua terra natal antes de emigrar de Portugal para as terras do Novo Mundo.De Pernambuco, veio para Areia, comprou fazendas e construiu na povoação, impulsionando o desenvolvimento.Ele ergueu em 1818 o primeiro sobrado nesta terra e muitas outras casas, uma delas com descaroçador de algodão; fundou o engenho Macaíba, ainda os sítios Pirunga e Bonito, uma propriedade em Alagoa Grande, chamada Rapador e ainda a Fazenda Tanques, que o povo sempre chamou de Tanques do Jorge, que hoje pertence ao município de Remigio, que fica entre o agreste e o curimataú. Com a fortuna e o prestigio de que dispunha em areiense foi apontado em lista tríplice a nomeação pelo governador provincial para o cargo de capitão-mor de Areia. Quem saiu vitorioso foi Bartolomeu da Costa Pereira.O sobrado edificado no centro da cidade de Areia, onde hoje atrai visitantes e turistas, possui 19 quartos, dos 12 formam a senzala que é ligada ao casarão de dois pavimentos e um sótão. Os quartos da senzala são divididos em duas porções de seis em cada pavimento; são minúsculos, cada qual com uma porta para entrada e saída, dando para um pequeno pátio interno.Na parede que fecha o pátio e a senzala e dando vistas para a grota do Bonito, dizem que ele ficava na grande janela lá existente a verificar o serviço do feitor e da negraria.A vista se estende, pela altura que a casa se situa, até o engenho Macaiba, o que permitia ótima fiscalização. Ali vivia boa parte dos escravos. Quando as negras estavam para dar à luzEm seguida eram enviadas para a propriedade Tanque, onde habitava o restante dos escravos e onde se realizaram grandes obras de cantaria com “casa, curral, curtume, fornos de cal, também tanques, cercados e uma barragem com bebedouro para o gado”, muitas das quais ainda existentes. Segundo afirma gente daquela região, lá naqueles tanques redondos de pedra também eram presos os escravos desobedientes.Com a “creche” lá instalada, tratada por mucamas, desenvolviam-se as crias que eram a certa idade convocada para o trabalho no brejo ou lá mesmo. Havia bom relacionamento entre os negros de ambas as partes que sempre se visitavam para matar as saudades.Deve-se ao seu bisneto José Rufino de Almeida o que aí se encontra retirado das ruínas e totalmente reformado. Ficaram-lhe as características principais: a senzala, a parte de cantaria, isto é, o que é feito em pedras: bicas, portais, beirais e seteiras da sala de jantar, bem como o piso desta e as pedras grandes fincadas na parede e que serviam de mesa de refeição para a escravaria que engolia a gororoba sob vistas e o chicote implacável do feitor. Toda a estrutura foi mantida menos a frente que não oferecia mais condições para conserto. O oitão lateral direito manteve, em cada pavimento, as seteiras que dão visão para o lado leste da cidade e facilitam a penetração da luz natural. O portão e a escadaria dos fundos que levam à grota do Bonito são mantidos em sua primitividade. Foi um grande acerto. É hoje um marco de excepcional valor, exibindo um passado distante e grandioso. Jorge Torres não participou da campanha abolicionista em Areia, porque cedo desapareceu, no ano de 1852.Jorge Torres voltou a Portugal para rever parentes e contrair matrimônio, o que aconteceu, desposando Maria Franca Torres, deixando aqui larga descendência.Possuiu grande escravatura empregada nas lides agrícolas e pastoris, tanto em suas terras do brejo como nas do agreste.

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