Atriz lança 'Anywhere I lay my head', com músicas de Tom Waits.
Álbum tem produção de David Sitek, guitarrista da banda nova-iorquina.

No primeiro disco de Scarlett Johansson – ostra não só o atributos deloira sexy de Hollywood. Em sua estréia como cantora, a atriz de 23 anos cercou-se de nomes consagrados. Escolheu um punhado de canções de Tom Waits - por considerar belas as melodias do compositor norte-americano – e escalou David Sitek, guitarrista do TV on the Radio, um dos nomes mais inventivos da cena atual, para a produção.
O novo trabalho também conta com a participação de Nick Zinner, guitarrista do Yeah Yeah Yeahs. Nasceu “Anywhere I lay my head”, que ainda leva, de lambuja, vocais de David Bowie em duas canções. A voz imponente do roqueiro, infelizmente, se reduz a um discreto coro em “Falling down” e um backing vocal em “Fannin’ street”.
Até o fã mais atento dificilmente reconhecerá a participação sem ter de recorrer aos créditos – resta acreditar que se trata de uma bem-intencionada postura de deixar os holofotes voltados apenas para a bela Scarlett.
Musa de Woody Allen em filmes como “Match point” e “Scoop”, a atriz desfila sua voz pelos belíssimos cenários construídos por David Sitek. A atmosfera onírica de cada uma das faixas – 10 versões e uma composição inédita, intitulada “Song for Jo” – abre espaço para sensações de perturbação e estranhamento, mas sem perder a aura fantástica que envolve as músicas do TVOTR. 

A principal diferença, no entanto, é que os vocais ficam praticamente em segundo plano ao longo de todo o álbum. Dá a impressão de que, em vez de deitar e rolar pelos arranjos - repletos de originalidade, por sinal - Scarlett apenas se apóia, sem a pretensão alguma de arriscar variações.
Alguns momentos dão mais certo do que outros: “Green grass”, regravada também pela brasileira Cibelle, é uma das melhores interpretações presentes no álbum. “I wish I was in New Orleans” evoca uma caixinha de música, enquanto “I don’t want to grow up” se aproxima mais do universo pop, com seus sintetizadores oitentistas. “Song for Jo”, composta pela atriz, não decepciona. Pela primeira tentativa, Scarlett Johansson fica acima da média. Aqui, a atitude fala mais alto: em tempos de superproduções movidas a batidas de hip hop, a gata aposta no alternativo e fica longe do convencional. Bom começo.
Artista: Scarlett Johansson
Álbum: 'Anywhere I lay my head'
Gravadora: Warner

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