
O filme de animação franco-iraniano “Persépolis’, criticado pelas autoridades iranianas pelo retrato que faz da Revolução Islâmica, não vai ser exibido nas salas de cinema do Líbano, anunciou semana passada um responsável do ministério do Interior.
Segundo a agência Lusa, o responsável não precisou a razão da interdição, mas uma fonte governamental indicou, a coberto do anonimato, que o filme desagradou ao chefe da Segurança Geral do ministério, um elemento próximo do movimento xiita Hezbollah.
“É claro que o chefe dos serviços de segurança, o general Wafiq Jizzini, próximo do Hezbollah, não quer autorizar este tipo de filme, que segundo ele, dá uma imagem do Irão pior do que a vigente ao tempo do Xá, disse a fonte.
“Persépolis”, prêmio do júri no Festival de Cannes 2007 e nomeado para os Oscas de 2008, baseia-se na banda desenhada homônima da franco-iraniana Marjane Satrapi.
O filme, que Marjane co-realizou com Vincent Paronnaud, mostra a repressão sob o regime do Xá mas também a coação social, as detenções e as execuções dos anos que se seguiram à Revolução Islâmica liderada pelo ayatollah Khomeiny.
A natureza rebelde da heroína e os seus problemas com as autoridades forçam-na a deixar temporariamente o seu país. Reside numa primeira fase na Áustria e depois em França, nunca mais regressando ao Irão.
O filme foi condenado pelo governo do presidented Mahmoud Ahmadinejad como “islamófobo” e “anti-iraniano”, mas uma versão censurada da obra chegou a ser várias vezes exibida nas salas de cinema iranianas.

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