
Rob Cohen (Velozes e Furiosos) deixou o excesso de diálogos de O Retorno da Múmia de lado e partiu a pancadaria e para a ação em seu novo longa A Múmia: Tumba do Imperador Dragão, que estréia por aqui na próxima sexta-feira. Dessa vez, a missão do casal e arqueólogos Rick (Brendan Fraser) e Evelyn O’ Connell (Maria Bello) é tomar conta de uma relíquia histórica que pode dar plenos poderes a um ser supremo do mal. A entidade em questão se chama Han (Jet Li), um imperador chinês que, há dois mil anos, foi transformado em uma estátua de terracota, junto com seu imenso exército. O bibelô, claro, será a porta de saída para a maldição e chave de todos os conflitos do filme. E tomem perseguições, lutas, golpes de artes marciais e seres de outro mundo, como monstros das neves, soldados de terracota e zumbis.

Fraser vive competência o tipo canastrão atrapalhado que fez sucesso nos filmes anteriores da franquia e em produções recentes como Viagem ao Centro da Terra, ainda em cartaz nos cinemas. Ele é, inclusive, um dos destaques do longa, que, além das cenas frenéticas de ação, aposta suas fichas no carisma de seus personagens. Mas vinte minutos de conversa com o astro levantam a dúvida se está interpretando ou vivendo a si mesmo diante das câmeras. Durante as entrevistas para divulgar o filme, em Los Angeles, o ator chegou a constranger os jornalistas presentes fazendo caras e bocas e dando respostas estúpidas, como quando foi perguntado sobre se ainda tinha prazer de interpretar o mesmo tipo pela terceira vez: “Vou te confessar uma coisa. Topei por causa das botas… Brincadeira!”. Fala, sério Brendan…
Baboseiras à parte, Cohen diz que Brendan é um de seus grandes trunfos para reconquistar o público decepcionado com O Retorno da Múmia (2001). “Queria fazer algo grandioso, diferente do que já havia sido filmado antes. Ir para a China foi uma das maneiras que encontrei para conseguir isso. E quis ressaltar as características do Rick e de Evelyn, personagens interessantes, engraçados”, diz. Certo, mas ficou alguma mágoa por Rachel Weisz não ter topado fazer o papel de novo? “Nem tive contato com ela. Mas, sabe aquele ditado? Fecha-se uma porta, abre-se uma janela. Encontrei a Maria Bello, uma atriz com tanta vitalidade e alegria de fazer o papel quanto a Rachel tinha na época em topava fazer filme pipoca”, alfineta.
Oficialmente, Rachel disse ter negado participar da terceira fita por estar com filho pequeno e não poder viajar a lugares remotos da China. E quem assistir ao longa certamente vai pensar que alguns cenários são fruto de trabalho digital, mas não são. A seqüência em que os personagens sobem montanhas chinesas debaixo de neve, por exemplo, foram rodadas em cenários reais e exigiram dos atores um esforço extra. “Não tinha hotel e nem facilidades, foi complicado, mas o elenco não se incomodou, todos vestiram a camisa”, diz Cohen, revelando novamente uma ponta de amargura com Rachel.
Maria Bello, a substituta de Rachel, bota panos quentes. “Rachel é ótima atriz e faz um excelente trabalho. Não temo comparações porque nem tem como fazer isso!”, diz, com humildade, e completa: “até porque Evelyn está mais velha”. Ela se mostra orgulhosa de fazer um filme mais comercial em sua carreira e diz que, apesar de ter estado em produções independentes mais sérias como Marcas da Violência, de David Cronenberg, não liga para filmes do tipo cabeça. “Meu sonho era fazer Indiana Jones! Não quero uma carreira só de filmes de arte”.
É, parece que os atores estão mesmo empolgados com o projeto. E quem resume melhor esse entusiasmo com o gênero é Jet Li, que despachou um repórter quando ele perguntou se o ator não se incomodava com imprecisões históricas sobre seu país. “Quem quer assistir a um documentário, fiel à realidade, que ligue no National Geografic. Isso aqui é ficção, entretenimento”. Ótimo, Li, a maior virtude de um astro de ação é se assumir como tal.

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