'Fim dos tempos' não põe fim à maldição do diretor de 'O sexto sentido'
Por mais que venha tentando, M. Night Shyamalan não consegue se livrar da qualificação de "o diretor de 'O sexto sentido'". Depois do filme do menino-que-vê-gente-morta, de 1999, o diretor indo-americano já lançou outros quatro filmes ("Corpo fechado", "Sinais", "A vila" e "A dama na água"), nenhum deles com a mesma aprovação unânime recebida por "O sexto sentido".
Por mais que venha tentando, M. Night Shyamalan não consegue se livrar da qualificação de "o diretor de 'O sexto sentido'". Depois do filme do menino-que-vê-gente-morta, de 1999, o diretor indo-americano já lançou outros quatro filmes ("Corpo fechado", "Sinais", "A vila" e "A dama na água"), nenhum deles com a mesma aprovação unânime recebida por "O sexto sentido".

Mark Wahlberg
A praga, que a princípio tem características de um ataque bacteriológico, se espalha rapidamente e logo alcança a cidade de Filadélfia, onde vivem o professor de ciência Elliot (Mark Wahlberg) e Alma (Zooey Deschanel), sua jovem esposa com quem vive uma crise no casamento. Em meio a onda de histeria e informações desencontradas que surgem a todo instante, o casal - e toda a população das cidades - decide abandonar sua casa e buscar abrigo em regiões que não teriam sido afetadas pelo... vírus? Ninguém sabe e possivelmente nem vai saber a causa certa da morte dos corpos que vão se amontoando. Numa camada mais superficial do filme, justamente aquela que faz a tal homenagem aos filmes trash e de zumbis a que Shyamalan se refere, o divertido (?!) é observar os requintes de escatologia que cada uma das mortes pode oferecer.

Nisso e sem entregar muito do filme, o diretor se sai suficientemente bem. É como assistir a um, digamos, "Sexta-feira 13" e ficar tentando adivinhar como a próxima vítima de Jason morrerá. Criatividade é a chave. O problema é o subtexto. Como em "A vila", o diretor parece querer dizer "algo" com o "Fim dos tempos".
Por trás das mortes, há sugestões de reflexão crítica sobre questões bastante contemporâneas, como o desequilíbrio climático global, o terrorismo e também o papel da televisão na abordagem destes temas, quando opiniões nem sempre responsáveis de supostos especialistas são reproduzidas travestidas de informação e levam a população a uma espécie de paranóia coletiva.



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