terça-feira, 12 de agosto de 2008

Pop Cinema

2 Dias em Paris
(2 Days in Paris, 2007)




Filmes sobre romances em conflito já foram feitos aos montes. “2 Dias em Paris” tinha tudo para ser mais uma história de amor, mas consegue resultados incríveis sobre cumplicidade, fidelidade e até onde as pessoas estão dispostas a se render para salvar um relacionamento. Incrivelmente delicioso, Julie Delpy faz do longa imperdível.

Comédias românticas enchem os cinemas nacionais todos os anos. A maioria delas utiliza-se de tombos e fracassos para fazer rir, além de musiquinhas populares para criar a atmosfera do romance. Algumas até são medianas, outras que preferem sair do escracho para se tornar um marco, como "Closer - Perto Demais", acabam se tornando as preferidas de muita gente. O que “2 Dias em Paris” promove é justamente isso: risadas, romantismo e dois protagonistas que são impagáveis e falam tudo de forma franca e realista, bem como “Closer”. Para quem gosta de discussões de relacionamento em bom estilo afrancesado, é impossível não se deliciar com Marion (Julie Delpy) e Jack (Adam Goldberg). Marion é uma fotógrafa que enxerga "pontilhado". Ela namora há dois anos com Jack, um designer de interiores que passa boa parte do seu tempo se preocupando em pegar uma doença grave. Eles passam as férias viajando de Veneza a Paris. É em uma dessas escalas que eles decidem passar dois dias em Paris, na casa dos pais de Marion. Aquela Paris iluminada e cheia de glamour dá espaço ao choque de culturas vivido por Jack e discussões sobre paixão, amor e rendição do casal. Um filme que cutuca verdades e expõe o público ao constrangimento de se entregarem pouco às paixões. Um filme que aborda a vida com humor negro, mas que quando precisa falar sério registra uma das cenas mais elaboradas em romances dos últimos tempos. Julie Delpy provou talento em diversos dos filmes em que atuou. Agora como roteirista e diretora, ela traz versatilidade ao projeto. “2 Dias em Paris” é verborrágico por natureza. Eles falam de amor e podem mudar facilmente o discurso para a política americana atual. O texto corre solto e a química entre Delpy e Goldberg facilita o consumo da história. Tudo parece improvisado e a forma de registro que a diretora optou afasta o americanismo das comédias para algo mais alternativo. Delpy registra Paris de forma tímida, sem usar ao menos recursos de iluminação nas tomadas. Ainda assim, ela mostra personagens estranhos, como os pais de Marion, e hábitos que ferem diretamente a vida comum de Jack. Aliás, esse conflito de culturas é um dos conceitos mais interessantes de Delpy. Marion joga a culpa de suas ações à criação que teve com sua família em Paris, enquanto Jack culpa a namorada por forçá-lo a estar ali. Jack reclama de tudo, não consegue ter intimidade com a cidade, muito menos com as pessoas, mas renuncia a tudo em nome de Marion e do respeito que tem por ela. Por mais que ele tenha uma personalidade mais despojada, Jack está em intenso conflito interno com medo de que o passado de Marion ou as incertezas do futuro amoroso do casal façam com que ele a perca. É o sentimento de posse natural dos relacionamentos e isso é trabalhado de uma forma cujos clichês não incomodam. Marion e Jack estão em constante guerra dos sexos. Eles parecem querer provar que são bons um para o outro, como forma de manutenção do romance nesses dois dias conflituosos que passam na França. Para piorar, os pais de Marion não são parisienses muito ajustados, e o excesso de receptividade a Jack o assusta. Jack não fala mais do que as saudações em francês e suas caras e bocas de quem não entende o que falam a seu redor são fantásticas. Tudo conspira contra o herói, e as brigas ocasionais que tem com Marion são até divertidas de participar. Entretanto, chega um momento em que as piadas se acabam e, como tudo na vida, ganha seriedade. A cena final narrada em off é incrivelmente inesquecível. É um tiroteio de fatos que agridem qualquer pessoa que já amou, traiu ou decepcionou alguém. Todo o sucesso da trama se dá também à competência do elenco principal e de apoio. Delpy está magnífica e longe do apelo de beleza física. Ela é argumentativa e explosiva, e tem uma afinidade eficaz com Adam Goldberg. O tom cômico de Goldberg já é conhecido, porém neste longa está ausente de qualquer exagero, sempre bem posicionado pelo ator. Abert Delpy se destaca como Jeannot, pai de Marion, e sua índole nada controlada. Marie Pillet é Anna, a matriarca, cuja sutileza em cena não exclui o talento cômico da intérprete. Daniel Brühl faz uma participação como o “terrorista” Lukas e suas cenas com Jack são hilárias. “2 Dias em Paris” tem a magia de fazer torcer pelo casal do começo ao fim, inclusive compactuando com os fatos grotescos que vivem. As seqüências rodadas dentro de táxis em Paris são bem boladas, sempre revelando algo novo e importante para a socialização da trama. Essas passagens também têm a função de irem se degradando, bem como o conflito entre os protagonistas se degrada a partir do momento em que a França não parece o melhor lugar para estarem. Delpy faz com que a trama flua e o espectador não hesite em se envolver com ela, sendo impossível não se identificar com alguma coisa que eles falam. Qual casal nunca passou por situações constrangedoras juntos ou fez as pazes depois de uma briga séria? São pequenas coisas que Delpy reúne com o carisma do elenco para fazer um ótimo filme de relacionamentos. Deliciosamente divertido, “2 Dias em Paris” é um compacto de abordagens amorosas que, mesmo em repetição, causa novas sensações. É impossível não rir das leis de Murphy interferindo na vida de Jack ou da forma com que Marion convive com o peso de seus relacionamentos anteriores. É impossível não compactuar com os pais desajustados ou identificar em algum amigo próximo características vistas nos personagens. Com a pretensão de ser divertido e inteligente, “2 Dias em Paris” se junta ao rol das comédias românticas imperdíveis e que, a cada vez que é assistida, fica melhor e revela novos olhares sobre a trama. Para os apaixonados (ou nem tanto), certamente valerá a pena.
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Grande Dave, O

(Meet Dave / Starship Dave, 2008)




Gênero: Comédia Pastelão Duração: 90 min Origem: EUAEstréia - EUA: 11 de Julho de 2008Estréia - Brasil: 08 de Agosto de 2008
Estúdio: 20th Century Fox Direção: Brian Robbins Roteiro: Rob Greenberg, Bill Corbett Produção: Todd Komarnicki, David T. Friendly Última Atualização: 08 de Agosto de 2008
Sinopse: Após o fracasso do filme "Norbit", em que Eddie Murphy interpretava diferentes personagens, o ator resolveu se arriscar em mais uma comédia pastelão, o besteirol "O Grande Dave". Na trama, seres extraterrestres chegam à Terra para tentar salvar seu próprio planeta da destruição iminente. Muito menores que os humanos, eles resolvem estudar a vida no nosso planeta usando uma "nave espacial" no formato de um ser humano comum, que teve aprender como agir sem ser notado pelos terráqueos. Eddie Murphy interpreta a nave em situações cômicas, como quando liberta os extraterrestres de sua própria orelha, uma das entradas para o complexo mundo desses seres. Além disso, ele também assume a forma de um dos extraterrestres da tripulação, passando por situações de risco. "O Grande Dave" é dirigido por Brian Robbins e traz em seu elenco Elizabeth Banks ("Por Conta do Destino") e Marc Blucas ("Buffy - A Caça Vampiros"). A trilha sonora do filme recorre a clássicos como "Stayin' Alive", Bee Gees, sucesso em "Os Embalos de Sábado à Noite", e "The Power", hit dos anos 90 do duo Snap


(Quantum of Solace / James Bond 22 / Risico, 2008)





Gênero: Ação Duração: - Origem: EUA - Reino UnidoEstréia - EUA - Brasil: 07 de Novembro de 2008De olho: Faltam 2 meses e 28 dias Estúdio: Columbia Pictures Direção: Marc Forster Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, Paul Haggis Produção: Barbara Broccoli, Michael G. Wilson Última Atualização: 09 de Agosto de 2008
Sinopse: Este será o 22ª filme baseado na história do agente secreto criado pelo escritor britânico Ian Fleming, e contará mais uma vez com Daniel Craig - que encarnou Bond em "Cassino Royale" (2006) - no papel principal. Traído por Vesper, a mulher que amou, 007 luta contra sua vontade de tornar sua última missão pessoal. Perseguindo sua determinação de descobrir a verdade, Bond e M (Judi Dench) interrogam o Sr. White (Jesper Christensen), que revela que a organização que chantageou Vesper é mais complexa e perigosa do que se podia imaginar. A inteligência forense liga um traidor do MI6 a uma conta bancária no Haiti onde um caso de identidades trocadas apresenta Bond à bela mas valente Camille (Olga Kurylenko), uma mulher que busca sua própria vingança. Camille leva Bond diretamente para Dominic Greene (Mathieu Amalric), um brutal homem de negócios e uma das maiores forças dentro da misteriosoa organização. Em uma missão que o leva para a Áustria, Itália e América do Sul, Bond descobre que Greene, conspirando para obter total controle sobre um dos mais importantes recursos naturais do mundo, está forjando um acordo com o exilado General Medrano (Joaquin Cosio). Usando seus associados na organização e manipulando seus poderosos contatos dentro da CIA e do gover britânico, Greene promete derrubar o regime existente em um país latino-americano, dando ao General o controle daquele país em troca de um um aparentemente inútil pedaço de terra. Em um campo minado de traições, assassinatos e mentiras, Bond se alia a velhos amigos em uma batalha para descobrir a verdade. Quanto mais perto ele chega do homem responsável pela traição de Vesper, 007 deve se manter um passo a frente da CIA, dos terroristas e até mesmo de M para revelar o sinistro plano de Greene e parar a sua organização.

Elenco
Personagem


Daniel Craig
James Bond
Judi Dench
Gemma Arterton
Agente Fields
Jeffrey Wright
Felix Leiter
Mathieu Amalric
Maurice Green
Giancarlo Giannini
René Mathis
Olga Kurylenko
Camille





Jesper Christensen
Mr. White
Joaquín Cosio
General Medrano
Neil Jackson
Mr. Slate

Mais do que Você Imagina

(My Mom's New Boyfriend / Homeland Security, 2008)




Gênero: Comédia Duração: 97 min Origem: EUAEstréia - EUA: 17 de Junho de 2008Estréia - Brasil: 08 de Agosto de 2008Estúdio: Imagem Filmes Direção: George Gallo Roteiro: George Gallo Produção: Avi Lerner, Julie Lott, Heidi Jo Markel, Richard Salvatore Última Atualização: 09 de Agosto de 2008
Sinopse: Após uma missão de dois anos em um país estrangeiro para o FBI, Henry volta à sua casa em Shreveport, Louisiana, para se unir à força-tarefa local. Durante sua ausência, sua mãe, Marty, antes acima do peso e infeliz, está agora magra e alegre, desejada por homens de todas as idades e recebendo de bom grado a atenção. Henry não lida muito bem com essa nova versão de sua um dia caseira mãe. No entanto, sua noiva, Emily, adora o jeito desinibido de sua futura sogra. Ela encoraja o comportamento escandaloso de Marty — afinal, se você está com tudo, arrase! Para tornar as coisas ainda piores, Emily está constantemente fazendo pouco de Henry, que parece nunca ter uma folga das mulheres em sua vida. Tommy e seus dois comparsas europeus, Niko e Jean-Yves, planejam roubar a famosa estátua da “Mãe e Filho” de Bernini, que está atualmente emprestada à Galeria de Arte R.W. Norton, em Shreveport. Quando ele inesperadamente se depara com a vivaz e atraente Marty, deixa-se levar pela distração. Embora ainda esteja planejando roubar o Bernini, Tommy acaba se apaixonando pela divertida Marty, o que complica tudo ainda mais. Além disso, acha o filho dela um pouco arrogante, para não falar outra coisa. Quando o chefe do FBI local John Conrad (Keith David) dá uma ordem a Henry para seguir os passos de um ladrão de obras de arte procurado, Henry descobre que se tornará a sombra de Tommy – o cara que está namorando a sua mãe! Isso significa que ele terá que espionar a própria mãe e ouvir todos os detalhes do relacionamento. Ouvir “conversas de travesseiro durante intervalos românticos” faz parte do trabalho. Mas o que fazer quando sua própria mãe está no meio? O namoro da mamãe acabou se tornando mais do que você imagina!


Saga Batman no Cinema + O Cavaleiro das Trevas Especial Cinema

Publicado em: 18-07-2008 Postado em: RapaduraCast Escrito por: Redação CCR

Aproveitando a maior estréia do ano, o RapaduraCast lança uma novidade: 2 PODCASTS sobre o mesmo tema, no mesmo dia, com conteúdos diferentes. Esta primeira parte você confere tudo sobre o personagem e os principais filmes da saga. Pegamos a ordem cronológica da filmografia do Homem-Morcego e fizemos o link dos personagens retratados nas “obras” com os quadrinhos. Desde a saga do Tim Burton, passando pela fase Joel Schumacher, chegando até Christopher Nolan. Portanto, se você ainda não viu BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS, escute a PARTE 1 para se preparar. Depois que assistir ao filme, escute a PARTE 2.
Jurandir Filho (o Juras), Raphael Santos (o Ph), Maurício Saldanha (o Mau) e Thiago Siqueira (o Sicas) debateram tudo que foi adaptado para o cinema sobre o Batman. Quais os melhores filmes? O que a saga Tim Burton fez de bom para a saga? Por que Jack Nicholson aceitou fazer o Coringa no primeiro Batman? Qual o melhor intérprete do personagem: Michael Keaton, Val Kilmer, George Clooney ou Christian Bale? O que deu na cabeça do Joel Schumacher com os mamilos, bat-cartão e close nas bundas? Quais as melhores mulheres do Batman: Vicki Vale, Mulher-Gato ou a Dra. Chase Meriddian? O que Batman Begins fez com o personagem? Qual a importância desse novo começo? Tudo isso foi discutido e muito mais!
LINKS ÚTEISBatman (1989)Batman - O Retorno (1992)Batman Eternamente (1995)Batman & Robin (1997)Batman Begins (2005)Material completo sobre Batman BeginsVídeo do Joel Schumacher pedindo desculpasTrailer de Batman – O Retorno
Duração: 96 min













Você já assistiu BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS? Então você tem o pré-requisito principal para escutar a PARTE 2 do nosso especial. Diferente da primeira parte, este episódio é focado exclusivamente no novo filme da saga. Detalhamos toda a história e discutimos tudo sobre a obra. Falamos sobre a direção, história, personagens, interpretações, técnica usada, armas e etc. Heath Ledger faleceu, mas deixou um legado absurdo com o Coringa. Discutimos todas as nuâncias dos personagens do filme, suas decisões, suas ânsias, suas ações, suas vontades e suas personalidades.
Quais as melhores cenas do filme? A história tem relação com os quadrinhos? E os equipamentos do Batman? Os atores estão em sinergia? Aaron Eckhart adaptou bem o personagem Harvey Dent? Qual a importância do personagem Comissário Gordon? Fizemos um estudo da personalidade do Coringa e uma interpretação sobre a atuação do Heath Ledger. Escute agora!




(Hancock, 2008)



Gênero: Aventura Duração: 92 min Origem: EUAEstréia - EUA: 02 de Julho de 2008Estréia - Brasil: 04 de Julho de 2008Estúdio: Columbia Pictures Direção: Peter Berg Roteiro: Vincent Ngo, Vince Gilligan Produção: Michael Mann, Akiva Goldsman, Will Smith, James Lassiter Última Atualização: 01 de Julho de 2008
Sinopse: Will Smith ("Eu Robô) interpreta Hancock, um super-herói que perdeu a sua popularidade entre aqueles que ele protege quando suas tentativas de resgate nem um pouco convencionais provocaram um terrível caos na cidade. Durante um resgate, Hancock conhece Ray Embrey (Jason Bateman), um agente de Relações Públicas recentemente demitido que se oferece para representar e recuperar a imagem pública de Hancock. Quando a mulher de Ray, Mary (Charlize Theron, vencedora do Oscar por "Monster - Desejo Assassino"), e Hancock se encontram, ocorre uma inexplicável e imediata conexão entre os dois. Após muita resistência, Mary finalmente revela que ela também possui superpoderes e, logo em seguida, Hancock começa a perceber que seus poderes estão perdendo força. A notícia se espalha rapidamente entre os criminosos que Hancock colocou atrás das grades, e agora Hancock terá de encontrar um jeito de resgatar os seus poderes para continuar vivo. Extras: "Hancock" chegou a ser considerado um dos melhores roteiros não-realizados de Hollywood, após um longo período de estagnação do projeto. O roteiro de Vincent Ngo, revisado por Vince Gilligan, foi rejeitado por vários estúdios até que o próprio Will Smith resolveu abraçá-lo em 2003, e de quebra assumiu a função de produtor. Peter Berg ("Bem-Vindo à Selva") assumiu a direção, enquanto nomes de peso figuram no cargo de produtor ao lado de Smith: Michael Mann ("Miami Vice") e Akiva Goldsman (roteirista de "O Código Da Vinci").

Por: Lais Cattassini

"Hancock" acerta ao dar ênfase ao que realmente importa: o personagem principal. É o talento de Will Smith, os bons diálogos e cenas focadas no super-herói sem caráter que tornam o longa-metragem uma experiência divertida, perfeita para o verão americano e as férias escolares.


A competência de Will Smith é inegável. O ator tem carisma, tem a capacidade de tornar qualquer figura passível de compaixão e sabe usar esse irresistível poder para tornar seus filmes ainda mais interessantes. É o talento do protagonista de "Hancock" que torna o longa-metragem uma descoberta saborosa de uma nova versão do mundo de super-heróis. John Hancock possui grandes poderes. Capaz de feitos tão incríveis quanto os de Superman, ele ajuda a cidade de Los Angeles a combater bandidos e evitar graves acidentes, mas, como não mede as conseqüências de seus atos, destrói quase tudo o que encontra pelo caminho, efeito, claro, piorado pelo alcoolismo do herói. Ao invés de promover a segurança dos cidadãos, Hancock causa prejuízos absurdos para o poder público e não faz questão de se justificar às pessoas que, supostamente, são salvas por ele. É na condição de odiado por Los Angeles que Hancock conhece Ray, um relações públicas interpretado por Jason Bateman que sonha em fazer do mundo um lugar melhor. Ray se compromete a melhorar a imagem do herói e garantir o reconhecimento de seus atos em prol da comunidade. Mesmo relutante, Hancock aceita a proposta, o que preocupa Mary, esposa de Ray, interpretada por Charlize Theron. São as ações atrapalhadas de Will Smith e o cinismo impresso em seu rosto que justificam o ingresso para "Hancock". A trama é fraca e bastante previsível, mas até que a verdadeira história comece a se desenrolar algumas boas cenas e diálogos são garantia de diversão, tudo graças ao carisma de Smith. Charlize Theron, embora maravilhosa como sempre, constrói uma personagem irritante. A cara de dona de casa coitada é suficiente para desfazer qualquer simpatia que se tenha pela moça. Mary é uma mulher manhosa, com argumentos fracos e sensatez nula. É submissa e desinteressante. É ela, entretanto, a força motriz do segundo ato do filme, o exato momento em que "Hancock" perde sua força e se entrega aos clichês. A premissa do longa-metragem é bastante interessante. Hancock é um herói sem caráter. Nenhuma referência à Macunaíma aqui, apesar de serem válidas. O super-herói destrói tudo, está longe de conquistar o coração de seu público e possui hábitos também distantes do aceitável. Diferente da conduta impecável de heróis clássicos, Hancock está mais próximo do real e, por isso, é mais humano. Pouco importa a origem de seus poderes, o que interessa é o uso que faz deles e as possibilidades que os talentos promovem. Como em todo filme de super-herói, os efeitos especiais de "Hancock" são competentes, mas, diferente de outras produções, não são o foco da trama. Os efeitos são essenciais para dar material ao personagem e não o contrário. O diretor Peter Berg e os produtores acertaram em apostar no protagonista para obter sucesso e não em qualquer outro fator de menos importância. "Hancock" está longe de ser uma obra-prima, mas tampouco tem essa pretensão. É por isso, portanto, que há muito o que apreciar.























Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian, As
(The Chronicles of Narnia: Prince Caspian, 2008)

Maio de 2008


Por: Lais Cattassini

Apesar de superior ao primeiro filme da série, "As Crônicas de Nárnia - Príncipe Caspian" não faz mais do que o esperado e, por isso mesmo, não agrada por completo. É comum demais.


O primeiro filme da série "As Crônicas de Nárnia" deixou claro que a Disney não foi feita para realizar filmes de guerra. A história dos irmãos Pevensie já começa de maneira trágica, com as quatro crianças sendo obrigadas a fugir da Inglaterra devido à Segunda Guerra Mundial. Ao entrar no fantástico mundo de Nárnia, eles aprendem que estão destinados a salvar um povo inteiro da maldição gelada de uma feiticeira cruel e assim o fazem, em uma batalha amenizada. "As Crônicas de Nárnia - Príncipe Caspian" é mais maduro. Lúcia, Edmundo, Pedro e Susana cresceram, voltaram para a Inglaterra e sofrem para deixar no passado os anos que passaram governando Nárnia. O país também mudou. Após a saída das crianças, Nárnia foi dominada por telmarinos, um povo de origens piratas. Os habitantes da terra encantada, como animais falantes, anões e minotauros, tornaram-se lendas e os bosques temidos. É no cenário de tirania que os Pevensie retornam. Com o nascimento de um novo herdeiro telmarino, a vida do Príncipe Caspian está em perigo. Ameaçado, o jovem sopra a trompa mágica que era de Susana e convoca os antigos reis e rainhas de Nárnia. Juntos eles precisam libertar o povo narniano da tirania telmarina e garantir a ascensão de Caspian ao trono. A Disney, sem dúvida, mudou. Não há mais receios em mostrar personagens morrendo em batalhas e em explorar a escuridão de um conto medieval. "As Crônicas de Nárnia - Príncipe Caspian" é mais ousado, mas ainda não alcança o patamar de produções semelhantes. Preocupados em responder às críticas de que o primeiro filme não trabalhava as cenas de batalhas com competência, a seqüência abusa dos golpes de espada, tiros com flechas e catapultas, mas deixou de lado a construção dos personagens. Após décadas comandando um país, há uma certa dificuldade em retornar à Londres e se tornarem crianças. Pedro e Susana até chegam a demonstrar essa relutância, mas não há muito espaço para aprofundamentos. É o caso também do Príncipe do título, com a personalidade apenas pincelada pelo roteiro. Ainda longe da qualidade de "O Senhor dos Anéis", "As Crônicas de Nárnia" de fato tem cenas caprichadas para demonstrar a guerra entre narnianos e talmarinos. Visualmente as seqüências agradam, mas não impressionam. Falta um trabalho de iluminação mais eficiente para transformar uma guerra em um pesadelo para o espectador e a vitória ou a derrota em momentos únicos. Peter Jackson conseguiu transmitir a sensação de destruição plena com o uso de cores e sombras, falta ao diretor Andrew Adamson essa visão. Os livros, escritos por C.S. Lewis, são itens importantes da literatura de fantasia. O autor conseguiu explorar metáforas religiosas com a delicadeza de um verdadeiro contador de histórias. Sob o comando dos estúdios Disney, é engraçado notar que o efeito não é o mesmo. A história de reis e rainhas, de animais fantásticos e batalhas incríveis perde o brilho e é apagada por problemas técnicos, por uma ligeira falta de visão. Tudo em "Príncipe Caspian" é satisfatório, mas pouco impressionante. Apesar de ousar um pouco mais do que no primeiro filme, ainda falta, e muito, para que a série "As Crônicas de Nárnia" entre para a lista de grandes épicos e se torne parte memorável da história do cinema.






Por: Lais Cattassini



"Sangue Negro" á uma história dedicada a um personagem. Sem o talento de um elenco altamente competente não haveria razão para a indicação ao Oscar. Sem a capacidade tocante de Daniel Day-Lewis em construir um personagem apaixonante não haveria "Sangue Negro".

Dizem que a televisão é de quem produz, o cinema de quem dirige e o teatro de quem atua. Em cada uma das formas de arte um profissional se destaca por poder imprimir de maneira mais acentuada seu ponto de vista e seu talento. É seguro dizer que, se isso for uma regra, “Sangue Negro” é a exceção. Daniel Day-Lewis é o maior atrativo do longa-metragem dirigido por Paul Thomas Anderson e a razão maior da indicação ao Oscar. Daniel Plainview é um homem que batalha por seu sucesso. Sozinho no deserto, Daniel encontra prata e ouro, o suficiente para iniciar uma pequena companhia de mineração. O grupo de trabalhadores encontra, por acaso, um poço de petróleo em uma das minas que exploram e, junto com a riqueza, uma tragédia, o acidente que torna o óleo evidente mata um dos colegas de Daniel, um pai solteiro. O bebê órfão é adotado pelo homem que logo se torna um magnata do chamado ouro negro. A criança é também um símbolo do que Daniel Plainview chama de “negócio familiar”, uma maneira de conquistar e convencer pequenos proprietários de terra a venderem seus terrenos para que a empresa perfuradora continue a prosperar. O protagonista realmente não mede esforços para conquistar seus objetivos, mesmo que para isso (e aí está a justificativa do título americano, “There Will Be Blood”, em tradução “Haverá Sangue”) sangue seja derramado. É Daniel Plainview, brilhantemente interpretado por Daniel Day-Lewis, o motivo da existência de “Sangue Negro”. O longa-metragem, de quase 3 horas de duração, é a história de uma vida, a narrativa de uma conquista merecida por um homem cínico e ambicioso. Não é só Daniel Day-Lewis quem brilha na criação de seu personagem. O garoto Dillon Freasier, que interpreta H.W. Plainview, recebeu a difícil tarefa de se comunicar com o olhar. Aos 10 anos e atuando profissionalmente pela primeira vez, Freasier forma um par adorável com Day-Lewis. Um filho que sabe trabalhar como um adulto e tem a maturidade que seu pai não tem. A inocência da criança, já perdida em Daniel Plainview, é o ponto de apoio da moralidade do adulto. Outro ator que se destaca é Paul Dano, como Eli Sunday, um jovem que acredita encontrar na fé qualquer solução para os problemas da vida. Um pastor tão determinado em realizar seus objetivos quanto Daniel. A semelhança entre os dois personagens é notável e a qualidade da atuação de Dano é mantida mesmo ao lado de um ícone do cinema como é seu colega. A fotografia e a cenografia de “Sangue Negro” agem como complementos da construção dos personagens. O clima árido onde prevalecem as terras petrolíferas parece formar um conjunto perfeito com o coração do magnata do petróleo e, por mais que isso seja exagerado ou piegas, seria somente em terras como essas que uma atitude tão feroz quanto ao alcance da riqueza e tão indiferente quanto à humanidade poderiam ser mescladas. Um clima tropical, uma fotografia mais voltada para o azul não sustentariam o personagem. Enquanto Daniel é coberto de petróleo, sua alma também é suja. O rosto envelhecido de Day-Lewis, combinado ao figurino seco, mesmo para um personagem com tanto dinheiro, vive sujo pela substância que mais preza. A camada negra parece difícil de limpar, um tipo de material que impregna. “Sangue Negro” não seria nada sem atores altamente competentes. Não seria anda sem o cuidado na construção de personagens e do talento do seu protagonista.


Wall-E
(Wall-E / Wall•E, 2008)


Por: Lais Cattassini

A simplicidade de "Wall-E" é um dos fatores mais encantadores do novo longa-metragem da Pixar. O que falta em diálogo sobra em qualidade de animação.


As primeiras palavras pronunciadas no início da projeção de "Wall-E" são decisivas. A canção "Put On Your Sunday Clothes", do musical "Hello Dolly", é apenas uma das várias referências a obras clássicas do cinema que definem a personalidade de Wall-E e a direção do longa-metragem, o nono realizado pela Pixar. Wall-E é um robô destinado a limpar toda a sujeira deixada na Terra. Os humanos partiram há 700 anos e vivem agora em uma espécie de cruzeiro espacial, equipados com tecnologias que restringem ainda mais a interação com outras pessoas e tornam desnecessários qualquer tipo de movimento, até mesmo o da mastigação. Eles se locomovem por sofás voadores e se alimentam apenas de líquidos, o que os tornou obesos e alheios aos arredores. Tanto Wall-E quanto os humanos vivem isolados, mas Wall-E compreende o valor do contato e a importância dos detalhes que tornam o mundo mais colorido, algo explicado somente pela curiosidade. A cada novo cubo de lixo recolhido por Wall-E, há uma nova descoberta. O personagem seleciona o que acha de mais interessante e guarda consigo, em sua casa. São muitas descobertas, de antigos brinquedos e isqueiros a fitas de vídeo, como a de "Hello Dolly", filme que ele assiste constantemente e observa com carinho especial a dança característica de musicais da Broadway em "Put On Your Sunday Clothes" e o amor de Cornelius e Irene em "It Only Takes a Moment". As duas cenas definem com perfeição quem é Wall-E, um apaixonado pela cultura humana e sonhador solitário, que quer encontrar uma companhia. A necessidade do personagem logo é atendida. Chega ao planeta a robô Eve, uma andróide encarregada de uma missão que não descansa até encontrar o que procura, uma planta. É esse o conflito de "Wall-E", a descoberta de uma esperança ao Planeta Terra e a determinação de Wall-E em seguir para onde for necessário o amor de sua vida, Eve. Grande parte do filme se arrasta sem diálogos. As expressões faciais e corporais de Wall-E e a trilha sonora brilhantemente construída ajudam a dar o tom da história. Cabe ao som e ao trabalho competente de animação dos profissionais da Pixar explicarem a trama que seria explícita com facilidade através de palavras. Andrew Stanton, diretor e roteirista da produção, explicou precisamente o que foi testado com "Wall-E", sem dúvida o filme mais ousado dos estúdios. O talento que todos dentro da empresa sabiam que tinham foi escancarado ao mundo. O que precisaram fazer foi trazer à luz principal o que, até "Ratatouille", longa-metragem anterior, ficava como pano de fundo de um roteiro bem pontuado. O áudio é um banquete de possibilidades. Das palavras eletrônicas de Wall-E e Eve aos sons ambientes, os barulhos que rodeiam os personagens ajudam a organizar o cenário tomado por detalhes. Não são apenas os materiais abandonados por seres humanos na Terra ou as propagandas que recheiam a tela de conteúdo informativo que tornam o visual caótico, mas os diversos personagens em constante movimento também desordenam o ambiente. São os sons que nos mostram o que é importante de ser observado. Como de costume nos filmes da Pixar, o personagem principal é carismático. Em "Wall-E", entretanto, essa característica é surpreendente e revela os talentos fenomenais com os quais os executivos trabalham. A dificuldade em tornar Wall-E um personagem adorável está em suas características físicas. O protagonista não possui boca ou sobrancelhas, não consegue falar e movimenta poucas partes de seu corpo de maneira limitada. Sua capacidade de expressão é fraca, mas mesmo assim é tocante e, sem dúvidas, um dos mais interessantes personagens criados pela Pixar. Enquanto Woody, Buzz, Sulley, Relâmpago e Remy, de outros filmes anteriores, exibiam suas incertezas e conflitos para se tornarem mais humanos ao público, Wall-E não precisa disso. Ele é o único com personalidade humanitária, com os detalhes que tornam a espécie sobrevivente e curiosa. Wall-E é o mais humano de todos os personagens da Pixar. O amor por cinema também é testado na exibição do longa-metragem. Além de "Hello, Dolly", "Wall-E" faz referência, principalmente, a "2001 - Uma Odisséia no Espaço". É propondo uma atitude semelhante à que Wall-E testemunhou através do cinema que toda a humanidade recebe uma nova perspectiva. O novo longa-metragem da Pixar é simples, mas com uma construção tocante e um personagem memorável. Com tantos ingredientes deliciosos fica difícil encontrar um defeito que seja na obra. O que o faz não ser digno de uma nota dez? De tão simples a história se torna previsível. Nada que impeça, entretanto, o aproveitamento pleno das horas de projeção.


Não Estou Lá (I'm Not There, 2007)

Data: 24 de Março de 2008


Por: Lais Cattassini

"Não Estou Lá" é uma colagem de momentos, um resumo confuso de fases e a definição de um astro da música americana. Superficial no conteúdo, o filme chama a atenção pelo elenco afinado.


"O poeta é um fingidor". Todd Haynes parece ter feito um filme preciso para explicar a frase de Fernando Pessoa. "Não Estou Lá", uma confusa versão sobre a vida de Bob Dylan, explora as diversas facetas do músico, compositor e, mais importante, poeta. São seis os atores que interpretam os lados memoráveis de Dylan. Christian Bale é sua versão músico de sucesso e, mais tarde, a história de sua conexão religiosa. Cate Blanchett é Jude, um Dylan disperso em seus movimentos artísticos e inovações. Marcus Carl Franklin é Woody, o precoce garoto de 11 anos com talento musical incrível e a personificação de Woody Guthrie, uma das maiores influências musicais do compositor. Richard Gere surge como um divertido ermitão e fugitivo, Billy the Kid. Ben Whishaw dá voz e corpo à inspiração de Bob Dylan, o poeta Arthur Rimbaud. Heath Ledger é a versão astro de Dylan. "Não Estou Lá" é uma grande colagem de momentos. Não há nada além e, talvez por isso, não conquiste o público ou prenda a atenção do espectador. Bob Dylan tem sim uma vida interessante e uma trajetória profissional que vale a pena ser contada no cinema, mas não é um camaleão da música ou um deus da inovação. A própria trilha sonora do filme comprova isso. "Não Estou Lá" mantém o mesmo ritmo folk/country que tornou Dylan conhecido e, em nenhum momento, traz grandes reviravoltas nesse sentido. O que faz do longa-metragem interessante são, de fato, as opções que Haynes faz quanto ao elenco. Cate Blanchett, indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo papel, não é a personagem que mais se destaca, mas é a que mais se distancia de sua essência. A única mulher a interpretar Bob Dylan, Blanchett retrata um homem comprometido pela arte e determinado a morrer por ela. Heath Ledger atrairá os curiosos para conferir uma de suas últimas atuações. Como era de sua natureza, o personagem é charmoso e carismático. A história do astro e pai de família Robbie é a mais substancial e linear do longa-metragem. É, ironicamente, a porção comercial de "Não Estou Lá". Christian Bale representa a porção musical e, por incrível que pareça, destoante da história. Seu rosto, sempre baixo e escondido, desaparece na multidão de atores. A grande surpresa fica por conta de Marcus Carl Franklin, uma descoberta deliciosa de talento e carisma. O garoto retrata um momento memorável da vida de Dylan. Aos 11 anos, o músico fugiu de casa, determinado a nunca mais voltar. Também é Woody quem melhor define as fases da música do compositor. Determinado a cantar canções de protesto, a criança aprende a viver cada coisa a seu tempo. Todas as fases e todos os personagens vivem em conflito quanto a escrever músicas de protesto e se render ao apelo comercial. É essa a grande mensagem de "Não Estou Lá". Não é, afinal, uma grande mensagem. Não o suficiente para carregar, durante 135 minutos, uma trama fragmentada como a criada por Haynes. O longa-metragem tem sua qualidade artística mas, para descrevê-lo em uma única palavra: é prepotente.






Top 10 Brasil: "A Múmia 3" lidera as bilheterias
Data: 05 de Agosto de 2008
Por: Leandro Barfly



“A Múmia – Tuma do Imperador Dragão” teve excelente estréia no Brasil, abrindo no primeiro lugar das bilheterias brasileiras. O filme, que traz Brendan Fraser (“Crash – No Limite”) encarnando novamente o aventureiro Rick O´Connell, levou 548 mil espectadores aos cinemas, arrecadando uma renda de R$ 4,8 milhões. Além disso, o longa conquistou a melhor média do ranking, cerca de 1,2 mil espectadores por sala. Com esses números, esta seqüência se torna o sexto maior lançamento do ano no país. Com queda de 31%, “Batman – O Cavaleiro das Trevas” cai para a segunda posição. O novo filme do homem-morcego, que traz Christian Bale ("O Operário") novamente na pele do herói e Heath Ledger (“Coração de Cavaleiro”) encarnando seu arquiinimigo Coringa, já arrecadou no país mais de R$ 23 milhões em sua terceira semana de exibição. Com renda total de R$ 23,9 milhões e público acumulado de 3,2 milhões de espectadores, a animação “Kung Fu Panda” ficou com o terceiro lugar. Com estes números, o longa, que conta com as vozes de Jack Black (“Escola do Rock”) e Jackie Chan (“A Hora do Rush”), já figura como o primeiro do ranking do ano no Brasil, sendo seguido por “Homem de Ferro” (R$ 23,4 milhões) e o novo “Batman” (R$ 23,2 milhões). A aventura infanto-juvenil “Viagem ao Centro da Terra – O Filme”, que também traz o ator Brendan Fraser no elenco, ficou com a quarta posição, sendo seguida por “Hancock”, com Will Smith (“Eu Sou a Lenda”) encarnando o super-herói encrenqueiro Hancock. A menor queda no ranking foi da produção brasileira “Era Uma Vez...”, de apenas 8%. A película, estrelada por Thiago Martins e Vitória Frate, permanece com o sexto lugar.
Jogo de Amor em Las Vegas

(What Happens in Vegas..., 2008)


Gênero: Comédia Romântica Duração: 99 min Origem: EUAEstréia - EUA: 09 de Maio de 2008Estréia - Brasil: 27 de Junho de 2008Estúdio: 20th Century Fox Direção: Tom Vaughan Roteiro: Dana Fox Produção: Dean Georgaris, Michael Aguilar Última Atualização: 16 de Junho de 2008
Sinopse: Cameron Diaz ("O Amor Não Tira Férias") e Ashton Kutcher ("A Família da Noiva") estrelam a comédia "Jogo de Amor em Las Vegas". Com cenário na Cidade das Luzes, local onde é permitido entregar-se à diversão sem compromissos ou culpa, o filme mostra uma disputa entre sexos, na qual amor e dinheiro fazem parte do jogo. Em "Jogo de Amor em Las Vegas", Joy McNally (Cameron Diaz) é dispensada pelo noivo; e Jack Fuller (Ashton Kutcher) é demitido pelo próprio pai. Ambos decidem chorar as mágoas em Las Vegas. Após uma noite de muita diversão, acordam e descobrem que se casaram. Já sóbrios, apostam uma última moeda no caça-níquel... e ganham 3 milhões de dólares. A partir daí, eles têm de aprender a conviver, pois só poderão desfrutar do dinheiro se provarem que formam um casal estável. Outra alternativa será convencer o outro a desistir da relação, tornando-a um inferno. Extras: A despeito dos comentários maldosos que a imprensa americana publicou, atestando os ciúmes que Demi Moore sentia dela ao lado de Ashton Kutcher, Cameron Diaz continuou firme gravando normalmente o longa-metragem "Jogo de Amor em Las Vegas". Seja com as roupas bem cortadas de sua personagem ou com seu velho moleton de correr, a sorridente Diaz mostrou que não se deixa mais abalar pelos rumores espalhados pela mídia. Segundo fontes, ela já não lê tais publicações e nem perde seu tempo pensando sobre o que dizem ou deixam de dizer a seu respeito.



Personalidade
Noticias Relacionadas
Metamorfose
Papéis de Parede
Elenco
Personagem
Extras no CCR

Ashton Kutcher
Jack
Cameron Diaz
Joy

Krysten Ritter
Kelly
Lake Bell
Tipper
Rob Corddry
Hater
Lake Bell
Tipper
Dennis Farina
Banger
Queen Latifah
Curta Aparição
Michelle Krusiec
Chong
Jason Sudeikis
Mason

Irina Palm
(Irina Palm, 2007)

Data: 31 de Julho de 2008

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Por: Diego Benevides

Marianne Faithfull protagoniza “Irina Palm”, filme sobre as escolhas que fazemos e as conseqüências delas. A sensibilidade da trama dispensa o excesso melodramático e fala de amor e redenção, sempre com bom humor e sem esquecer a seriedade e a integridade de suas idéias.


Maggie (Marianne Faithfull) é uma mulher viúva que tem apenas um filho. Vivendo a terceira idade, sua vida não tem muitos atrativos, e talvez ela nem quisesse. O maior amor da vida da protagonista é o neto Ollie (Corey Burke), vítima de uma doença grave que só parece piorar. Tendo feito tudo para dar assistência ao tratamento do neto, como pedir empréstimos e vender a casa onde morava, Maggie se vê inválida quando descobre que precisará de mais dinheiro. O médico de Ollie conta que o menino deve ser transferido para receber um novo tratamento, porém nem Maggie nem seu filho Tom (Kevin Bishop) e a esposa Sarah (Siobhan Hewlett) têm recursos para isso. Após novos empréstimos serem recusados, Maggie vê um anúncio para atendente em uma boate masculina erótica. Porém, o que eles chamam de atendente é uma mulher que dá prazer aos freqüentadores. Com a promessa de grandes lucros, Maggie acaba aceitando o emprego. Ela recebe a ajuda de Luisa (Dorka Gryllus) para aprender as manhas da profissão e passa a masturbar homens através de uma parede. O “talento” da protagonista a transforma em Irina Palm, uma mulher que vira popular entre os clientes do clube, rendendo muito dinheiro a Mikky (Miki Manojlovic), dono do local. A partir daí, Irina passa a ter uma vida dupla e precisa conviver com as constantes desconfianças dos vizinhos e do filho, enquanto consegue o dinheiro necessário para o neto. Tudo que envolve o mundo pornográfico às vezes vem acoplado com a leve insensibilidade do cinema em mostrar tudo de forma depravada. Alguns filmes chamados de “arte” privilegiam o não pudor de seus personagens, como uma forma de chamar atenção e sair com a fama de cult. O fato de Maggie ser uma cinqüentona e embarcar no mundo erótico poderia render muitos momentos degradantes para a trama, porém Sam Garbaski, diretor e roteirista do longa, soube muito bem como explorar tais situações sem parecer apelativo. A intenção inicial não é mostrar o melodrama do netinho necessitado de ajuda, muito menos uma possível vulgaridade da protagonista. A história levanta a discussão de até onde as pessoas podem se entregar em busca de algo valoroso, não em termos diretamente materiais, mas sentimentais. Maggie é, acima de tudo, uma personagem solitária, por mais que perca suas tardes fofocando com amigas ou no hospital com o neto. Garbaski faz questão de investir em longos momentos em que a protagonista divide o silêncio e seus olhares aflitos. Maggie é uma mulher vivida que percebe que seu atual ideal, o de ajudar o neto, é muito mais importante do que manter uma postura socialmente aceitável. O que poderia ter caído no clichê seria a forma de inocentar as profissionais do sexo, justificando que algumas delas fazem “por necessidade”. Mas o filme não chega a esse juízo de valor, ele apenas apresenta uma personagem introspectiva que tem um desafio pela frente, ainda que algumas vezes a ingenuidade de Maggie dê nos nervos. É tanto que Maggie passa a encarar com naturalidade seu trabalho, mesmo após o estranhamento inicial. Sem instrução acadêmica ou habilidades para conseguir outro tipo de emprego, as tentativas que ela faz antes de embarcar no clube são cruéis. Um jovem executivo chega a ser indelicado, afirmando que com a idade que ela tem jamais conseguirá um trabalho. A esperança veio do clube erótico e, com o tempo, se torna uma atividade comum. É divertido ver como Maggie encara com seriedade o que faz, sempre centrada em seus objetivos. Ela chega até a levar alguns objetos de sua casa para decorar a cabine onde passa boa parte de seu tempo masturbando os clientes. Em momento algum ela é desonesta ou ambiciosa, somente quer o dinheiro para o neto. A relação que ela cria com Mikky também é curiosa, visto que ele é outro personagem solitário que se refugia em um mundo que não tem muito a preencher suas necessidades, a não ser dinheiro. O sucesso de uma história interessante também é fruto do talento de Marianne Faithfull, que se entrega por completo ao personagem. Ela sabe quando precisa variar as nuances de Maggie/Irina e sempre mantém seu olhar firme, triste e revelador. O andar discreto, o modo delicado de se vestir e falar, o amor que sente pela família e a disponibilidade de ajudar acima de qualquer coisa são fundamentais para a construção da personagem. Faithfull se revela uma monstra da interpretação, sabendo como causar o riso sem ser apelativa ou como dramatizar sem banhar o público de lágrimas passageiras. Uma das cenas mais marcantes é quando o filho de Maggie descobre a atividade da mãe e a humilha, chamando-a de prostituta. Maggie simplesmente olha para ele e diz que não é uma prostituta. Sua docilidade e a intensidade da carga dramática do momento estão em perfeita harmonia, além da atuação de Kevin Bishop também ajudar no bom desenvolvimento da cena. O diretor Sam Garbaski proporciona ao público tantos momentos memoráveis, desde planos curtos, porém significativos, a passagens mais duradouras, como as constantes caminhadas de Maggie pelas ruas londrinas. A facilidade de Garbaski em lidar com o talento do elenco também favorece o resultado final do longa, com todos os atores em perfeita sintonia. A trilha sonora sempre aparece de forma pacata e algumas vezes repetitiva, mas não chega a tirar a atenção de Maggie, que é o que mais importa durante toda a projeção. Garbaski exagera apenas nos muitos fades entre algumas seqüências, onde não seria necessário o escurecimento da tela em cada passagem de tempo e espaço da trama. Porém, não chega a ser um grande prejuízo. Um filme acima de tudo sobre o amor de uma grande mulher pelo neto, “Irina Palm” não precisa, como acontece, ter um desfecho mais específico sobre o neto de Maggie, já que o filme é exclusivamente um estudo psicológico e comportamental da protagonista. Em nenhum momento “Irina Palm” se torna vulgar ou cansativo, muito pelo contrário. O filme conquista o espectador que consegue captar a essência dos personagens de forma delicada e complexa, sem desmerecer seus atos ou encará-los de forma inapropriada. Um drama imperdível para os amantes de um cinema de qualidade!
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Homem de Ferro
(Iron Man, 2008)




Por: Diego Benevides

A temporada de blockbusters deste ano começa com pé direito com a aguardada adaptação de “Homem de Ferro”. Além de uma história eletrizante, o longa conta com Robert Downey Jr., responsável por boa parte do sucesso do filme, bem como a Marvel Studios, que mostra a seriedade com que se lança no mercado.


Sempre achei que ser herói fosse outro conceito do que se tem atualmente com obras para o cinema. Nunca achei que alguém que explodisse algo ou voasse por aí de vez em quando fosse realmente um herói. Minha infância foi marcada por heróis de verdade, que influenciaram em um mundo que não se restringe aos desenhos animados ou gibis. Mesmo assim, sempre fiquei na terceira fila observando aqueles cujos poderes tanto enlouqueciam os jovens e enlouquecem até hoje. Sem nenhum apego quanto à adaptação de “Homem de Ferro” em si, certamente esta crítica está isenta de qualquer fanatismo ou apuro técnico do que o herói significa para os fãs ou do quão fiel a obra ficou. A intenção é analisar o filme como cinema. Tony Stark (Robert Downey Jr.) tem a vida mundana que qualquer um desejaria. Dinheiro, mulheres, bebida. Contrapondo o lazer em apostar e se divertir por aí, Stark é um exímio cientista cuja inteligência está praticamente além do possível. Ele constrói armas para os Estados Unidos se defenderem (ou não) dos inimigos. Stark tem um preço valoroso entre os ambiciosos e artilheiros americanos, e é sua cabeça, literalmente, que acaba servindo de isca para o jogo mudar. O mundo "calmo" de construir mísseis poderosos vira tormenta quando Stark é seqüestrado por inimigos que o força a construir uma máquina de morte. Sem querer ceder à pressão, Stark decide usar o material que lhe dão para construir uma armadura que o ajudará a fugir do lugar. E consegue. A partir daí, Stark percebe que sua missão não é construir armas para destruição, mas destruí-las para que inocentes não morram em vão. Cinco nomes se envolveram no roteiro. Arthur Marcum, Matthew Hollaway, Mark Fergus, Hawk Ostby e Stan Lee. O resultado foi uma história que dá a liberdade de degustar cada momento em cena. Seja investindo no humor negro de Stark ou nas indelicadas batalhas de titãs, o longa agrada pela versatilidade que promove. O diretor Jon Favreau deixa claro o fanatismo pessoal pelo herói e conduz uma trama simplesmente envolvente. Favreau não deixa o ritmo cair nunca, sempre oferecendo novas possibilidades de interesse para o público, seja fã ou não. As seqüências que o diretor cria, aliadas a uma trilha sonora impecável e um elenco eficiente, deixa o filme imperdível. As referências existem e são deliciáveis por quem torce por futuras continuações para a película. Até aqueles que estão tendo o primeiro contato com o super-herói certamente irão torcer pelas próximas aventuras. Como não são só com efeitos visuais que se fazem um bom filme, talvez melhor do que os excelentes efeitos do longa é somente a atuação de Robert Downey Jr. Ele é impecável do começo ao fim, seja soltando suas piadas verborrágicas ou mostrando momentos mais dramáticos. Por já ter passado por altos e baixos em sua carreira, assim como seu personagem, não havia melhor escolha do que Downey Jr. para o papel. Ele consegue variar muito rápido do carisma à ira, mexendo com o fervor do público que se entregar ao lema que o herói defende. Downey Jr. é impagável. Por mais que tenha em sua carreira bons filmes, como "A Pele" e "O Homem Duplo", a cada trabalho ele proporciona algo novo. Viver Stark parece até ter sido uma brincadeira consigo próprio, mas a preparação que o ator deve ter passado para chegar a uma atuação praticamente perfeita valeu a pena.
Ao lado de Downey Jr., Gwyneth Paltrow encara com doçura a secretária Pepper Potts e cria o clima de romance que todo filme de herói precisa. Paltrow passa por momentos óbvios em que é ameaçada e defendida pelo herói do filme, como de costume. A relação e afinidade que tem com Downey Jr. tornam os momentos entre os dois bastante interessantes. Um deles é quando Stark pede uma mãozinha da assistente em uma "operação seca". A cena é divertida e beira o improviso, o que ajuda bastante na simpatia por eles. O restante do elenco não se destaca tanto, nem mesmo o experiente Jeff Bridges, que veste a atuação clássica do vilão canastrão, ou Terrence Howard, que continua inexpressivo em mais um trabalho cinematográfico. Favreau certamente receberá os elogios merecidos pela obra e entrará para o time de elite de adaptações ou obras grandiosas. Por mais que "Homem de Ferro" seja feito somente para diversão, sendo um grande blockbuster, o diretor não abandona a técnica e é detalhista em tudo que constrói, seja o que está ao primeiro plano ou não. Favreau tem o conhecimento pleno do roteiro e da história do herói para dar o acabamento necessário ao filme. Como nem tudo é perfeito, o trabalho do diretor é atrapalhado ao receber uma edição que nem sempre se preocupa com a continuidade, mas não chega a prejudicar o desempenho da trama. "Homem de Ferro" é uma chuva de efeitos especiais com um protagonista extremamente impecável. Mais do que um bom exemplar de filme de super-herói, o longa dá início a uma provável franquia que fará bonito nas telonas, principalmente quando a Marvel começar a articular os filmes-solo com filmes em conjunto de seus personagens. "Homem de Ferro" abre uma era que promete não só fidelidade para os fãs, mas boas histórias nas telonas para o público em geral.

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