quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Joy Division




Na década de 70 os jovens tinham duas alternativas: ou viravam operários ou viveriam mediante um futuro sem perspectivas. Como em toda revolução, o surgimento de "tribos" é inevitável e esta foi a história do punk – que se traduzia por jeans rasgados, moicanos e muita anarquia.

No meio do pós-punk entra Joy Division: Ian Curtis, o vocalista, conhece Peter Hook (baixista e vocalista), Bernard Sumner (guitarrista e tecladista) e Stephen Morris (percursionista e baterista) num show do Sex Pistols. E uma das coisas que chama atenção neste documentário é a descoberta de que o sucesso da banda estava ligado ao fato de ter sido a primeira a pensar a insatisfação e o tédio do punk de uma forma mais subjetiva. Com as letras densas de Curtis, o que se põe na mesa são as reflexões, dores e dúvidas que assolavam essa mesma juventude transtornada. Dirigido por Grant Gee, experiente documentarista inglês, que já trabalhou com a banda Radiohead em Meeting People Is Easy (1998), e foi premiado pelo clipe Tender, da também famosa banda, Blur. O documentário conta com os depoimentos dos integrantes da banda, e também de pessoas que estiveram envolvidas em sua trajetória, como Tony Wilson, o famoso apresentador de tv que depois de alguns desacertos com o vocalista acabou sendo o responsável pela primeira aparição da Joy Division na televisão.

Em "Control" baseado no romance Touching From a Distance escrito por Debora Curtis, há muita referência à autora, já no documentário, a ênfase foi dada à pensativa e sensível belga Annik Honoré, amante de Ian, que aparece falando da relação conturbada com o astro e sua constante preocupação mediante os sinais de depressão intensa apresentados por ele em suas letras. Assim, segundo o documentário, Manchester passou a ser conhecida mundialmente e saiu da irrisória condição de cidade industrial à cidade pop, cuja evolução da cena musical criou gêneros como o punk rock, o pós-punk e mais tarde a house music. Um sentimento reflexivo sobre as condições da morte de Curtis envolve depoimento dos mais próximos sobre o episódio e humaniza a decisão, de certa forma mecânica, que levou Hook, Sumner e Morris a não pararem de trabalhar. Segundo contam, depois do enterro de Curtis eles se despediram com um “até segunda, então” e continuam na ativa até hoje. Annik, a jornalista belga que foi amante do vocalista é então escutada e não há dúvidas em sua emoção mal contida sobre o sentimento que os aproximou.O documentário, além de um bom programa para os fãs da consagrada banda Joy Division, é um registro sobre a influência deste estilo de música e vida que se estende até os dias de hoje.



Por Flávia Medeiros

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