sábado, 28 de junho de 2008

Sex and the City, O filme

Sex and the City, um filme de amores?
“Amor”. Palavra mágica, senha, símbolo nochaveiro, mantra que as quatro solteiras de Nova York vão repetir ao longo das exageradas duas horas e meia de projeção. (Uma das marcas da série de TV era uma certa agilidade em contar histórias, o que se perde completamente no ritmo do filme.)
Durante os dois anos em que a série esteve em cartaz no Brasil, Carrie, Miranda, Charlote e Samantha levavam a sério a idéia que elas pretendiam encarnar: uma “virada” contra o romantismo, no desafio de “fazer sexo como homens”.
Televisão não pretende ter profundidade. Portanto, o que valia mesmo eram os personagens estereotipados de cada uma delas, encarnando um modelo de mulher:
Charlote, a romântica que faz o contraponto com as outras, mas que no filme parece a mais racional de todas;
Miranda, a executiva durona, que no filme tenta cumprir aquilo que esperam dela, mas não dá conta de tudo;
Samantha, a franco-atiradora que coleciona mais homens do que os sapatos de Carrie, e que no filme trocou Nova York por Los Angelas e acreditou em manter aceso o fogo da paixão na vida cotidiana;
Carrie, a mocinha que curtia tanto a sua liberdade quanto sonhava com o homem perfeito, numa relação perfeita, mas também tinha o bom-senso de questionar todos esses sonhos nas colunas que escrevia semanalmente para o jornal. Seu amor pelo impossível Mr. Big pontuava a série e vai pontuar o filme.
As quatro viviam, assim, a idéia de que mulheres, tendo se libertado da obrigação de ter um marido, poderiam ser solteiras e felizes e só largariam essa independência se fosse por uma relação que realmente valesse a pena.
Quando a série de TV acabou, Carrie e Mr. Big voltaram a ficar juntos, de novo namorando. Quando o filme começa, esse namoro já dura anos e enfim parece que os dois vão dividir o mesmo teto. (Se você ainda não viu o filme, não vou contar a história, pode deixar.)
Parecia razoável, racional, adulto, maduro.
Até que Carrie cai no conto de fadas, no apelo dos vestidos de noiva, na força do modelo convencional de um casamento perfeito. É na tentativa de se encaixar a um padrão que tudo dá errado. De certa forma, o filme é sobre as nossas expectativas românticas, das quais ainda não nos livramos totalmente. O que Carrie diz é que ainda sonhamos com o príncipe encantado, que vai nos dar uma vida de sonhos e um closet para todos os nossos sapatos de princesa.
O modelo é pesado demais e, ao invés de nos levar à felicidade, leva à ruína pela pressão que exerce, pelas expectativas exageradas que cria.
Ninguém, hoje, em sã consciência, pode acreditar no “sejam felizes para sempre”. Aceitar dizê-lo diante de 200 convidados é comprometer-se não com o impossível, porque o impossível também acontece, mas com o inalcançável sonho da perfeição.
Ser feliz todos os dias, pelo menos um pouco, já é bom o suficiente.
Sem isso, faça como a Samantha e vá cuidar da vida. Mais do que isso é pedir demais de um relacionamento amoroso.
O amor, a tal palavra mágica que carrega o filme, não tem esse poder todo. O que não é mau, porque nos obriga a encontrar felicidades em diversas outras fontes. Entram em cena “os amores”, pelo companheiro, pelas amigas, pela própria vida, pelos filhos ou sobrinhos, pelos cachorros, pelos livros, vestidos e até pelos sapatos.
Veja o trailler oficial do filme e veja o filme, que vale como fecho de uma série que quis - e nos EUA, conseguiu - ser emblemática de um momento da vida e da cultura feminina.

Sex and the City - O Filme (Sex and the City: The Movie)
Elenco: Sarah Jessica Parker, Kristin Davis, Kim Cattrall, Cynthia Nixon, Jason Lewis, David Eigenberg, Chris Noth, Evan Handler, Jennifer Hudson.
Direção: Michael Patrick King
Gênero: Comédia Romântica
Distribuidora: Fox Film
Estréia: 6 de Junho de 2008
Sinopse: Quatro jovens, desejáveis e cheias de desejo. Amigas inseparáveis na selva urbana de Nova York, trocando confidências sobre seus confusos relacionamentos sempre em mutação, tão diferentes quanto suas naturezas.
Descubra o que aconteceu com Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda, 4 anos depois do episódio final da série de sucesso, vencedora de 5 Prêmios Emmy e8 Prêmios Globo de Ouro.
Curiosidades: » 'Sex and the City' foi uma série popular americana, baseada num livro com o mesmo nome de Candace Bushnell. Foi originalmente transmitida pela cadeia HBO, de 1998 até 2004. Passada na cidade de Nova Iorque, a série focava nas relações íntimas de quatro mulheres que eram amigas, três das quais nos trinta, e uma, Samantha, nos seus quarenta.

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